Tudo tem uma razão de existir.
Longe de mim falar sobre espiritualidade e filosofia, não sou entendedor e
muito menos curioso pelo assunto. Falo da natureza, mesmo. Segundo teorias
criadas pelo homem, cada elemento tem um papel fundamental para o bom
funcionamento do planeta. O problema é que nos colocamos no topo desta cadeia e
nós decidimos o que bem entendemos com ela.
Está circulando na internet um vídeo
bastante interessante sobre dois cães, cujo um é cão-guia do outro. Amigos
desde antes da doença que cegou o labrador Milo, ele o terrier Eddie possuem
uma relação de cumplicidade que poucas vezes vemos entre humanos. Sabendo das
limitações do amigo, Eddie o acompanha nas caminhadas, brincadeiras e, com um
guizo pendurado na coleira, guia seu amigo para que ele não se perca nem
tropece nos obstáculos.
Poderia ser um viral qualquer,
mas sob o ponto de vista das relações ele nos questiona se podemos mesmo ser
considerados os únicos habitantes do planeta dotados de razão e emoção. Cães
amam seus entes, galinhas protegem suas crias, baleias morrem para defender
seus filhotes, pinguins possuem um senso de coletividade fora do comum.
Chegamos na Terra depois deles e nosso único trabalho foi copiar os exemplos
que deram certo.
Somos uma subespécie de plagiadores
que tomamos o posto da chefia. Com armas e ferramentas, usurpamos o poderio que
nunca foi nosso e fizemos um estrago de proporções talvez irreversíveis. Deturpamos
o conceito do que é natural e criamos a natureza
humana, com suas próprias regras, leis e legados sujos. Somos reis de um
império que criamos a troco da escravização, morte e extinção de diversas
espécies. Estudamos a essência e o comportamento de todos os seres vivos do
planeta, ignorando nossos próprios e criando subterfúgios para explicar nossas
mazelas.
De fato, tudo tem uma razão de
existir, inclusive a vontade de que seja criada uma raça realmente superior a
todas as existentes, que crie um mundo de paz e respeito. Senão, meus caros, melhor
viver no espaço que, por enquanto, é de ninguém.
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