segunda-feira, 7 de agosto de 2017


"Se eu te conhecesse há dez anos, tudo seria diferente".

Se eu tivesse trancado a faculdade há nove anos, tudo seria diferente.
Mas me formei.

Se eu tivesse estudado mais e passado naquele intercâmbio há oito anos, tudo seria diferente.
Mas não passei.

Se eu não aceitasse aquele emprego que me projetou profissionalmente há sete anos, tudo seria diferente.
Mas permaneci.

Se eu tivesse feito aquele curso de verão para projetar melhor minha carreira há seis anos, tudo seria diferente.
Mas não fiz.

Se eu tivesse dito não àquele relacionamento que me trouxe tantas boas histórias há cinco anos, tudo seria diferente.
Mas continuei.

Se eu tivesse sido menos orgulhoso e pedido pra não ser demitido há quatro anos, tudo seria diferente.
Mas me contive.

Se não tivesse aceitado aquela proposta furada de parceria há três anos, tudo seria diferente.
Mas topei.

Se tivesse previsto a crise financeira que me assolou há dois anos, tudo seria diferente.
Mas esbanjei.

Se não tivesse visto a vaga de trabalho há um ano, tudo seria diferente.
Mas vi, me inscrevi e passei.

E hoje? A gente se apóia no seria ou trabalha em prol do será?

Se a gente é a consequência de nossas escolhas - boas ou más -, o que a gente leva? O sonho do que poderia ter sido, ou a certeza do que, um dia, será?


Porto é o que te traz segurança ou o que te afasta do alto mar? 

Eu sou o canto da sereia...