Todos precisamos de dez minutos de silêncio. Silêncio para
organizar. Silêncio para raciocinar.
Silêncio para não precipitar. Silêncio para
relaxar.
Silêncio para não gritar.
Todo mundo precisa de silêncio, às vezes. Pessoas
se tornam inconsequentes quando falam em demasia quando deveriam calar-se.
Palavras não dão espaço aos pensamentos. Arrependimentos quase sempre são
frutos de atos impensados, não raciocinados, não disciplinados.
Silêncio é disciplina.
O calor dos acontecimentos pode nos dar uma falsa
sensação de decisão acertada. Posso amar alguém e, num súbito momento de raiva
ou tristeza, achar que não o amo por motivos frívolos. Meus motivos frívolos. Dez
minutos de silêncio são altamente recomendados nestes momentos.
Acontece muito. Você pega um fato desconexo aqui,
junta com uma reação inesperada ali, um cenário que justifique toda a ação e
pronto. Você vira autor de novela mexicana. A sua novela mexicana. Acontece que
nem tudo gira em torno de você e suas expectativas. Existem muito mais
elementos na trama principal da novela da vida que você desconhece. Dez minutos
de silêncio farão você entender melhor.
Cenas de ciúmes entre namorados, discussões fúteis
entre amigos, brigas com familiares, entraves no campo profissional. Tudo isso
poderia nem acontecer se usássemos de dez minutos de silêncio. Já pensou em
quantas situações desagradáveis poderiam ser evitadas se todas as palavras
viessem após dez minutos de silêncio? Ao invés de “não quero mais te ver”, tente “me
dê dez minutos que depois a gente conversa”. Ao invés de “eu te confiei minha
amizade em vão”, tente “me dê um tempo e, depois, me explique seus motivos”. Ao
invés de “desejaria não ter nascido nesta família”, tente “vamos parar a
discussão por hoje e conversar quando nos acalmarmos?”.
Dez minutos de silêncio é uma regrinha de
relacionamento consigo mesmo e com os outros. Eu, você e todos nós precisamos
deste tempo. Tenha o seu e respeite o do outro. E, caso não respeitem seu
tempo, pare, tenha dez minutos de silêncio, 1... 2... 3... e aja.