Uma das vantagens de ser apaixonado pela escrita
amadora é que posso me entupir de achismos e ter a liberdade de criar minhas
próprias teorias – sensatas ou não. Cabe ao leitor concordar ou discordar das
minhas posições, mas aí já não me cabe tentar consertar a interpretação do
outro. Não é grosseria, é a verdade. Cada pessoa tem um olhar individual sobre
tudo aquilo que absorve baseado nas próprias experiências. É imutável.
Um parágrafo inteiro para explicar onde quero chegar:
o olhar de mãe. Digo isso, pois obviamente nunca vou dizer com propriedade
sobre o assunto. Entrarei no campo das minhas experiências para tentar definir a
graça de ser mãe. Graça no sentido de dom, pois mais que gerar, ser mãe é ter o
dom de construir um ser. Tem muito pai que é mãe. Tem muita tia que é mãe. Tem
muito irmão que é mãe. Até um estranho pode ser mãe. Ser mãe é graça.
Quando criança, a gente enxerga a mãe como uma heroína;
na adolescência ela tem seus momentos de vilania; na juventude é um porto
seguro e na fase adulta, quando já estamos construídos, nos cabe apenas
agradecer a ela por absolutamente tudo. Não sou inocente a achar que toda mãe é
desse jeito, mas é como deveria ser. Mãe é sagrada.
Ser mãe é o trabalho voluntário mais ingrato do mundo,
porém o mais satisfatório. Mãe te ensina a não levar desaforo pra casa, mas
leva os seus para o travesseiro dela. Mãe te ensina a ser cordial com o
coleguinha, mas compreende seus ataques de fúria. Mãe te ensina a ser educado e
prestativo na casa dos outros, mas arruma sua cama, lava, passa e cozinha de
graça sem nunca ter reclamado. Mãe é de graça.
Ano passado o cantor e compositor Marcelo Jeneci
lançou seu segundo álbum chamado “De graça” e seu primeiro single diz que “o melhor da vida é de graça”. São as pequenas
coisas óbvias e fazem todo o sentido quando ditas no contexto correto. Abraçar
é de graça. Beijar é de graça. Amar é de graça. Sorrir é de graça. E ser mãe
também é de graça. Então, nesse dia das mães, abrace, beije, ame e sorria com
sua mãe, se possível. Não é porque é de graça que a gente não precisa dar valor
enquanto tem.