sábado, 10 de maio de 2014

Mãe é de graça

Uma das vantagens de ser apaixonado pela escrita amadora é que posso me entupir de achismos e ter a liberdade de criar minhas próprias teorias – sensatas ou não. Cabe ao leitor concordar ou discordar das minhas posições, mas aí já não me cabe tentar consertar a interpretação do outro. Não é grosseria, é a verdade. Cada pessoa tem um olhar individual sobre tudo aquilo que absorve baseado nas próprias experiências. É imutável.

Um parágrafo inteiro para explicar onde quero chegar: o olhar de mãe. Digo isso, pois obviamente nunca vou dizer com propriedade sobre o assunto. Entrarei no campo das minhas experiências para tentar definir a graça de ser mãe. Graça no sentido de dom, pois mais que gerar, ser mãe é ter o dom de construir um ser. Tem muito pai que é mãe. Tem muita tia que é mãe. Tem muito irmão que é mãe. Até um estranho pode ser mãe. Ser mãe é graça.

Quando criança, a gente enxerga a mãe como uma heroína; na adolescência ela tem seus momentos de vilania; na juventude é um porto seguro e na fase adulta, quando já estamos construídos, nos cabe apenas agradecer a ela por absolutamente tudo. Não sou inocente a achar que toda mãe é desse jeito, mas é como deveria ser. Mãe é sagrada.

Ser mãe é o trabalho voluntário mais ingrato do mundo, porém o mais satisfatório. Mãe te ensina a não levar desaforo pra casa, mas leva os seus para o travesseiro dela. Mãe te ensina a ser cordial com o coleguinha, mas compreende seus ataques de fúria. Mãe te ensina a ser educado e prestativo na casa dos outros, mas arruma sua cama, lava, passa e cozinha de graça sem nunca ter reclamado. Mãe é de graça.


Ano passado o cantor e compositor Marcelo Jeneci lançou seu segundo álbum chamado “De graça” e seu primeiro single diz que “o melhor da vida é de graça”. São as pequenas coisas óbvias e fazem todo o sentido quando ditas no contexto correto. Abraçar é de graça. Beijar é de graça. Amar é de graça. Sorrir é de graça. E ser mãe também é de graça. Então, nesse dia das mães, abrace, beije, ame e sorria com sua mãe, se possível. Não é porque é de graça que a gente não precisa dar valor enquanto tem.