quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Hiatos


Para os afoitos, um martírio. Para os prudentes, um alívio mais que necessário. A verdade é que todos nós passamos ou iremos passar por um período de hiato, seja ele qual for. Uma pausa, uma quebra no tempo, um momento que nem sempre foi desejado, mas vem a calhar quando precisamos traçar metas e nortear nossos objetivos.

Em gramática, hiato é a separação silábica de duas vogais em contato. Pertencem a uma só palavra, mas ainda sim há um espaço entre elas; um fôlego para uma pronúncia correta, mas sem alterar seu objetivo final. Após um hiato, sempre vem outra sílaba que completa e fecha o ciclo.

Hiatos também são comuns no meio artístico, em que atores, cantores, escritores se recolhem e descansam sua imagem com o objetivo de criar e inovar. Então por que nós, artistas ou não, não fazemos o mesmo? O tempo corre, a rotina sufoca e, se você parar, o mundo te engole? Acredito justamente no contrário. O mundo não devora ninguém, ele é até muito paciente com nossos erros. As circunstâncias, sim, engolem quem não para pra pensar ou não pensa em parar.

Há vários exemplos de grandes nomes do esporte, da música ou do mundo dos negócios que foram mal sucedidos no passado e hoje são exemplos de superação. O que muita gente não sabe é que a maior parte do processo de transformação começa nas coisas mais simples e, entre elas, está o pensar. Ao traçar metas, precisamos definir duas coisas: objetivos e limites.

Onde quero chegar? Se a resposta vier fácil, considere-se um privilegiado. A esmagadora maioria dos mortais não sabe sequer o que fará no fim do dia, quiçá no fim da vida. Focar em coisas mais simples e alcançáveis é um bom começo. Tudo isso começa em saber-se capaz das pequenas coisas. É ter consciência de onde posso chegar com os talentos que tenho e isso é tarefa árdua para os modestos. Pessimistas também não lidam bem com hiatos.


Na gramática ou na vida, usem dos hiatos. Quais são minhas limitações? Se temos duas certezas na vida, essas duas são: morte e limites. Nenhum habitante deste planeta é imortal ou onipotente. Sei onde quero chegar, mas sabendo das minhas limitações fica mais fácil traçar estratégias de sucesso. Sei até onde posso ou não posso ir com minhas virtudes e defeitos e isso não é modéstia, é realidade.

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