segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Sobre pessoas e estações





Adoro gente com jeito de primavera. São leves e trazem vida onde antes aparentava morte. Sabem florescer em meio aos terrenos mais improváveis e sua presença é tão agradável que todos que a cercam desejam que nunca parta. Gente com jeito de primavera te convida a fazer pique niques, passeios no parque, banho de cachoeira, entre outras coisas que te fazem interagir com fontes de vida. Se as pudesse definir em uma palavra, diria: pulsantes.

Ah, as pessoas com jeito de verão. Estas são as que mais me instigam com sua intensidade. Ora chuvas torrenciais, ora calores incessantes. Ora brisa leve de praia, ora tempestades saarianas. São objetivas, determinadas e para elas não importam as consequências. Elas preferem o estrago de seus atos em vez da morbidez de seus pensamentos presos. São interessantes e extremamente sensuais. Se as pudesse definir em uma palavra, seria: intensas.

Pessoas com jeito de outono são as mais ousadas e profundas. Permitem que o tempo a desconstrua para entender sua essência e, assim, renascer tempos depois. São pessoas que possuem elevado grau de autoconhecimento, pois se permitem a dor da queda para dar o devido valor à beleza das flores. Assim como as temperaturas da estação, são estáveis e amenas, sendo companhias ideais para assistir ao pôr do sol. Se as pudesse definir em uma palavra, esta seria: sábias.

Gente com jeito de inverno causa medo em muitos, mas não há o que temer de pessoas tão amáveis. Aparentemente frias, estas pessoas são talvez as mais interessantes. Centradas e consequentes, indivíduos com jeito de inverno trazem uma beleza escondida, apenas esperando um mínimo raio de sol para se mostrar. Frequentemente precisam de calor alheio e, em troca, oferece-lhe seu maior bem: o coração que tanto escondia. Saiba derreter o gelo de uma pessoa de inverno e ela será sua para sempre. Se fosse capaz de defini-las em uma palavra, seria: surpreendentes.

Há também os que mudam de estação e precisamos aprender a conviver com as pessoas e seus climas, às vezes favoráveis, às vezes não. Sua beleza metamórfica é deveras encantadora e suas mudanças as fazem eternamente interessante de se conviver.

Para cada peso, uma medida.
Para cada estação, uma pedida.
Para cada um, uma vida. 


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