Certa vez me pediram: Fred, escreve pra mim um
texto sobre a saudade de um familiar que mora fora do Brasil?
Desculpa, minha família inteira mora na terrinha e
não tenho propriedade alguma pra falar disso. Como vou escrever algo que não sinto?
Outra vez, disseram: Fred, você se expressa tão bem
com palavras. Quanto cobra pra fazer meu TCC por mim?
Desculpa, mas a graduação é sua, não minha. Se
durante todo o curso você não aprendeu a defender suas idéias, não espere isso
de mim.
Dia desses, afirmaram: Fred, você deveria cursar
psicologia. Entende tão bem o sentimento alheio e passa tanta segurança quando
fala de si.
Desculpa, mas não me diga o que eu devo ou não
estudar. Se entendo alguma coisa de sentimentos, é porque sou humano e quando
falo de mim, é porque antes me enfrentei diversas vezes.
Outrora, me questionaram: Cadê o velho Fred? Você é
igual, mas não é o mesmo.
Desculpa, mas “o velho Fred” na época era “o novo
Fred”. Assim como qualquer pessoa, morro e renasço diferente com novos desejos,
objetivos, perspectivas e atitudes. Se você é o mesmo desde sempre, recomendo um
pouco mais de autocrítica, pois nossa missão aqui é evoluir.
Quatro situações entre várias. Quatro pessoas
diferentes. Todas com um lugar muito especial no meu coração. Mas embora elas estejam
sempre ao meu lado, a maioria das minhas batalhas eu enfrento sozinho, pois são
de uma intimidade particular. Antes eu classificava como egoísmo, mas hoje eu entendo
que, embora estejamos cercados de expectativas alheias, o que realmente importa
é o que a gente leva para o travesseiro.
A gente sempre espera algo de alguém. Sempre. Mas
hoje eu sei que ela tem escolha, e não o dever de corresponder. Antes de
corresponder qualquer desejo do outro, antes de tudo, o seu deve estar
realizado. O nome disso é autorrespeito. E se, depois de tudo, ainda me amarem,
significa que o sentimento é verdadeiro. Pois quem quer me moldar pelo que acha
certo, não quer um amigo, mas sim um fantoche. Então que compre um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário