sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sobre amizade e semântica


Que os defensores da boa gramática não nos ouçam, mas para mim, amigo não é substantivo. Amigo é verbo. Ninguém nasce amigo. Este título é conquistado por atos, palavras, silêncios, olhares, risos, choros... movimento. Quer palavra melhor para definir tão belo vocábulo? Amigos causam movimentos na alma e no coração. Se conhecem, se divertem, se consagram, se mudam, se ligam, se encontram.
Com suas mais diversas conjugações, amigo transita facilmente entre os tempos verbais e, sem que possamos perceber, se situa no passado, presente e futuro sem necessidade de alterações. Usam da prosopopeia ao resumir diálogos inteiros com apenas um olhar, “hiperbolizam” ao dar aquele conselho milhões de vezes e não são muito adeptos de eufemismos. Amigo que é amigo fala rasgado, em alto e bom tom.

Um ser sem amigos é sujeito sem predicado, verbo que não conjuga, pronome indefinido. Colegas são falsos amigos, pois não conseguem se conjugar no futuro. Amigos definem nosso caráter, interferem no nosso destino, moldam nossa história. Sujeito que não se relaciona é oculto na sentença da vida.

Tanta gramática pra definir algo tão simples e tão concreto. Tudo isso pra desejar que hoje, dia internacional do amigo, você saiba valorizar quem realmente está ao seu lado.  Que juntos possam dominar o mundo ou apenas tomar uma cerveja num fim de tarde, mas que tenham momentos inesquecíveis. Que assim como qualquer relação humana, ambos saibam reconhecer sua importância e não deixar que a chama se apague. Pois sim, amigo é verbo.

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