terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

De feira



Sempre gostei das terças, quartas e quintas feiras. Talvez pela verdade que elas trazem. São dias comuns, em que fazemos coisas comuns, vamos a lugares comuns... São eles que nos dão a sensação plena de “rotina”, da qual não podemos fugir, e também nos tira a responsabilidade de ser criativo todos os dias, pelo menos no que tange aos nossos afazeres diários. Sair sempre da rotina exige um esforço às vezes desnecessário e que, por mais contraditório que seja, acaba virando rotina.

Estes dias trazem-nos de volta à realidade que não vemos no mau humor da segunda, no otimismo da sexta e na tão esperada preguiça do sábado e domingo. Choque de realidade. No trabalho, são os dias em que mais produzo. Nos estudos, os dias em que mais me concentro. Nas relações sociais, os dias em que mais me afasto de todos. Sim, preciso de um tempo pra mim.

Salvo raras exceções, “dias de feira” me desobrigam uma série de papéis sociais que precisamos, mas nem sempre queremos cumprir. O namorado presente, o amigo animado, o vizinho educado, o filho prestativo... Basicamente, nosso único papel a cumprir é do funcionário competente e, quando estudante, o aluno dedicado. Pronto! É mais que o suficiente.

Cative-me com coisas normais. Gosto do comum por ser linear e, principalmente, pela constância. O diferente te suga esforço e quer sempre mais. Não traz paz de espírito.

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