De uns anos pra cá tenho
visto Malhação com olhar de pena como o de quem vê a decadência de um império,
mas conversando com alguns adolescentes percebi que Malhação ainda tem seu
público fiel. O problema é que deixei de ser adolescente e meu olhar nostálgico
em cima de tudo me faz desdenhar de tudo que é novo. Lembro-me como se fosse
ontem do papai tentando me fazer assistir os capítulos de Nacional Kid e
mostrando que aquilo era o máximo. Era, papai. Na sua época. Que criança da
minha idade iria trocar Cavaleiros do Zodíaco por um marciano japonês? Só as
loucas.
Por mais que pareça, as coisas de hoje não são
piores que as de antigamente. A única coisa que muda é o nosso olhar sobre
elas. O que era fantástico pro Fred de 16 anos pode parecer insosso pro Fred de
26. E não adianta empurrar goela abaixo os frutos e sensações vividas pela
minha geração. Rapidamente o hoje se torna ontem e quando menos se espera este
pequeno espaço de tempo fará parte do mês passado, do ano passado e, putz, da
década passada! O hoje é dinâmico e efêmero e seria egoísmo de nossa parte
tentar congelá-lo.
Certa estava Elis quando dizia que a gente ama o
passado e não vê que o novo sempre vem. Seja em Malhação, seja nas brincadeiras
de roda, seja nos video games ou até mesmo nas férias na casa da vovó. Não que
eu precise apreciar e participar do novo, mas tenho que analisar mais friamente
antes de criticar e respeitar os que vivem aquilo.
Os jovens de hoje não sentem falta do que não
conheceram, por isso seguem atentos a cada capítulo da novela juvenil. Que os deixemos viver suas próprias
experiências na expectativa de que, quando chegarem onde estamos, não critiquem
os novos adolescentes. Mas ainda assim continuo não assistindo Malhação.
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